Em Porto Grande, Guarapari (ES), um projeto de arte está transformando muros em memórias vivas. O “Projeto @origem2025”, contemplado pela Lei Paulo Gustavo, é mais que pintura: é um mergulho na história da comunidade negra-indígena local.
A iniciativa reuniu talentos únicos: Chris Barreto, artista multimídia; Starley da Serra, grafiteiro; e Wally de Almeida, um jovem nativo autista autodidata. Juntos, eles criaram um mural coletivo que celebra as matriarcas e patriarcas de Porto Grande, resgatando saberes e fazeres tradicionais.
A imersão dos artistas na vila de pescadores artesanais foi profunda. Wally, nascido ali, guiou Chris e Starley pelas casas e histórias, revelando um universo de afetos e raízes.
O mural já está pronto, e o projeto entra em sua fase de finalização. Essa obra é um diálogo com a “Origem” da comunidade. Mas o “Origens” vai além: um workshop de body art com crianças, usando argilas locais, conectará os pequenos à ancestralidade e à obra..

Porto Grande, um local que, por muito tempo, teve acesso restrito a oportunidades e manifestações artísticas, encontra na arte um novo fôlego. A história de Wally é um exemplo inspirador. Aos 19 anos, ele já pintava murais que despertavam admiração e um novo olhar para a identidade local. Sua arte é um grito de autoafirmação para uma comunidade que vê seu entorno urbanizar-se rapidamente e a Lagoa Maembá, um bem e um desafio, ameaçada pela especulação.
“Origens” busca fortalecer o orgulho e o pertencimento, valorizando os mais velhos e descobrindo novos talentos. É a arte como ferramenta de empoderamento, garantindo que a rica história de Porto Grande não se perca no tempo.
