Durante seis meses, a guarapariense, Luiza Lopes, transformou rotina, corpo e mente para viver um dos momentos mais emocionantes da sua vida: cruzar a linha de chegada da Maratona do Rio 2025. Foram 42 quilômetros de prova, mas a verdadeira jornada começou muito antes, ainda em janeiro, quando ela decidiu que participaria da maior maratona da América Latina.
Moradora de Guarapari, ela encarou o desafio com coragem. Mesmo trabalhando em regime CLT, inclusive aos sábados, não deixou que os compromissos profissionais fossem desculpa. “Era comum começar a correr às 4h30 da manhã para conseguir completar 30, 35 km e ainda ter tempo de ir direto pro trabalho”, conta. A rotina exigiu mudanças. Foi preciso dormir mais cedo, abrir mão de momentos sociais e reorganizar tudo para manter o foco. “Quando a gente faz com amor, o sacrifício vira escolha. E olhando pra trás, faria tudo de novo, sem pensar duas vezes.” enfatiza a atleta.
Ao longo dos seis meses de preparação, ela percorreu cerca de 1.100 km em treinos. Cada passo teve um propósito: não apenas completar a maratona, mas se superar. “Foi um processo transformador, onde aprendi a me conhecer, me respeitar e também a me desafiar”, relembra. A dedicação foi recompensada no último dia 22 de junho, quando ela cruzou a linha de chegada da prova realizada no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, diante de milhares de pessoas.
“Foi simplesmente surreal. Um daqueles momentos que você deseja guardar pra sempre. Olhar ao redor e ver tantas pessoas, cada uma com sua história, seus medos, suas superações… e todas ali, com o mesmo propósito. Senti uma mistura de gratidão, orgulho, emoção e força. Foi uma das maiores emoções da minha vida.”
A Maratona do Rio 2025 bateu recordes. Foram mais de 60 mil corredores inscritos, com participantes de todos os estados e de mais de 40 países. Só na prova de 42 km, mais de 6 mil pessoas cruzaram a linha de chegada. Mesmo com a elite internacional como o queniano Joshua Kipkemboi Kogo e a etíope Zinash Debebe Getachew brilhando nos pódios, foram histórias como a de Luiza que tornaram a prova inesquecível.
“Essa maratona representa muito mais do que uma conquista esportiva. Representa a força que existe dentro de mim, a minha capacidade de ir além, de resistir, de sonhar grande e de fazer por onde”, afirma a corredora, emocionada. Ela voltou para Guarapari com a medalha no peito, mas com algo ainda mais valioso: a certeza de que nenhuma distância é longa demais para quem corre com o coração.
